21 de junho de 2014

Chuvisco quebra silêncio ao falar de sua cassação, critica opositor e afirma ter retomado obras em seu retorno à prefeitura

Há poucos dias de seu retorno à prefeitura de Itapecerica da Serra, Amarildo Gonçalves, o Chuvisco (PMDB) quebrou o silêncio em entrevista exclusiva ao blog A Notícia em Questão! sobre o que motivou sua cassação, garantiu que não sabia e nem estava na reunião ocorrida no Hotel Delfim Verde, dois dias antes da eleição (7 de outubro), quando o então prefeito, Jorge Costa teria pedido votos a Chuvisco em troca de vinculo de estágio. Condenado pela justiça ficou mais de um mês empenhado em reverter à decisão. Dia 6 de junho, conseguiu liminar e agora aguarda uma nova decisão que julgará se continua ou não como prefeito da cidade.

Devido à indefinição do quadro político, Chuvisco adiantou que não descarta alguns dos ex-vereadores na sua administração e preferiu não falar do secretariado, afirmando que essa não é a prioridade. Pontuou que em seu retorno pagou todos os funcionários exonerados, sancionou Lei que garante 5,8% de aumento salarial aos servidores públicos, a partir de 1º de julho e retomou todos os convênios “que estavam em vias de perder como duas creches no Jardim Santa Júlia e Parque Paraíso, porque o Ministério fazia contato com eles (administração de Erlon) e diziam que não tinham interesse”, afirmou.

Em relação às obras apontou a retomada de várias como no Jardim Sampaio, estrada da Ressaca, Três Chaves, Tupiniquins, Emboabas no Santa Júlia, seis ruas do bairro Parque Paraíso, entre elas (a Noruega, Chile, Vaticano), Ginásio de Esportes e Avenida Armando Sales que irá garantir, segundo ele, acesso para a Estrada dos Mandus, melhora na entrada do bairro Branca Flor e Santa Mônica. Revitalização da passarela do Valo Velho também deve ocorrer, já que a prefeitura tem um compromisso com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

Chuvisco falou também sobre a não entrega do uniforme, o retorno da Melhor Idade à secretaria de Esportes e que discorda da vinda da Guarda Civil Municipal para a sede da Prefeitura. Não poupou criticas ao seu opositor e o período que ficou à frente da prefeitura, inclusive na devolução de uma máquina que o Governo do Estado emprestou à cidade para limpeza dos córregos – Santa Júlia e Jacira. “Pagávamos o operador e manutenção da máquina por seis meses. Até isso ele devolveu. Estamos tentando reaver”, disparou.

“O pessoal que ele trouxe de outras cidades. Não sei qual era a índole deles – uma coisa tenho certeza não vieram para trabalhar, porque os 40 dias parou, até oxigênio no PS estava faltando na sexta. Se ficasse mais 30, 40 dias eu não sei o que poderia acontecer com o povo de Itapecerica da Serra. Convênios nós perderíamos todos, infraestrutura ia perder bastante”, criticou.

Confira a entrevista completa:

NQ! - Qual foi o motivo da sua cassação?
Chuvisco - Quando se fala em possível compra de votos dá a se entender que você está dando dinheiro ou comprando votos. Não foi isso que aconteceu. Jorge Costa era prefeito e ele convocou os estagiários dele para uma reunião. Falaram que ele pediu voto pra mim e falou mal do meu adversário, o Erlon. E foi feito uma gravação pelo celular. 1º eu não sabia da reunião, 2º eu não estava na reunião. O Clóvis (Pinto) estava, mas ele era vereador e não tenho como barrar A, B ou C muito menos quando eu não sabia que tinha a reunião. E por ele ser do meu partido, eu fui afastado por ele ser do meu partido. Não porque ele prometeu voto ou comprou voto, mas porque ele pediu voto pra mim. Ando de cabeça erguida, porque graças a Deus não foi nada de errado que eu fiz, por algo que a gente não sabia. TRE e junta eleitoral acharam que pelo o Clóvis ter perdido a eleição, ter sido chefe de gabinete e ter estado na reunião, segundo as versões, a juiza supôs que eu sabia da reunião e ele por ser do meu partido fui penalizado. A cidade foi penalizada e a vontade eleitoral. Ganhei na urna, em momento algum comprei votos. Fui cassado por uma reunião que ele (Jorge Costa) fez e pediu voto para mim.

NQ! - Há muita especulação se os ex-vereadores vão retornar à sua administração. O que você tem a dizer sobre isso?
Chuvisco - Não vou citar nomes, nem nada. As pessoas vem na sigla, o ex-vereador. Mas não vê capacidade de cada um. Então tem alguns que provavelmente podem retornar por uma necessidade administrativa nossa. É melhor colocar um ex-vereador do que trazer de fora tranca. Pior que os ex-vereadores são as trancas (criticando a vinda dos secretários de outros municípios na administração de Erlon). Eles (ex-vereadores) conhecem a cidade e muitos têm capacidade de estar na administração, tanto é que foram ex-vereadores, ninguém chega a ser vereador a toa, por nada. Alguma qualidade ele tem. Se fez alguma coisa como vereador pode ser útil para a administração. O pessoal tem essa ilusão que por ter sido ex-vereador é tranqueira, muito pelo contrário, não chegou por acaso, tem que ter um trabalho por trás.

NQ! - E sobre o seu secretariado?
Chuvisco - Houve junções de secretarias de forma momentânea. Estou esperando as coisas se definirem para que façamos uma definição igualitária. Prioridade hoje não é nem preencher as vagas e nem trazer diretores, secretariados no afogadilho, rapidez. Nossa preocupação inicial era 1º colocar a casa em ordem – pagar as pessoas, cortar questão do decreto de 90 dias que ficou mal para Itapecerica – que virou caloteira. Tinha muitas empresas que hoje não querem mais fornecer achando que era o ex-prefeito. Agora estão vendo Chuvisco, quando ficaram sabendo que éramos nós, abriram o crédito novamente. Graças a Deus tenho crédito como pessoa e na administração.

NQ! – O quê falta para definir de forma definitiva sua situação?
Chuvisco - Falta um julgamento. Do jeito que tive direito a recurso ele (Erlon) tem. Fui injustiçado pela justiça dos homens, mas não pela justiça divina, tive apoio da população Itapecericana, especialmente daquelas pessoas que acreditam em Deus, recebi muitas mensagens pedindo para que eu voltasse. Acredito que nada acontece por acaso na vida da gente. O que aconteceu está servindo como lição, não só para mim, mas para o grupo político. Momento diferente na cidade. Para as próprias pessoas que viam ele como salvador da pátria e se decepcionaram, assim aconteceu comigo também. Isso acontece.

NQ! – O que foi feito nestes 15 dias de retorno à prefeitura?
Chuvisco - Estamos retomando primeiro todos os convênios que estamos a ponto de perder. Alguns contratos que estavam vencendo o prazo, eles não renovaram ou fizeram o emergencial para dar sequencia nas obras. Enfim a população pode ficar tranquila que todas as obras serão retomadas. Não se dá 90 dias de moratória Branca. Isso pra mim é calote. E quem é caloteiro não pode administrar. Agora é correr contra o tempo para a gente reaver todos os convênios que estavam em vias de perder.

NQ! Como estão as obras do Ginásio, falta muito para a finalização?
Chuvisco - Tínhamos em andamento no momento de assinar o convênio com o governo do estado para liberar os R$ 4 milhões. Ele (Erlon) não se prontificou e nem correu atrás. Infelizmente se não bate na porta as coisas param. Já conversamos com o Edson Aparecido e o governador e já estamos em vias de fazer a liberação dos R$ 4 milhões para dar andamento a 2ª etapa. A 1ª etapa foi paga e construída que é a estrutural  - cobertura. Ele (Erlon) convidou o Oscar Schmitd para ser patrono do ginásio, sem saber que tem ainda a 2ª etapa – parte da quadra, pintura, vestiário, entorno – nesse tempo que ficou ele não mexeu com nada disso.

NQ! - Você concordou com a decisão da 3ª idade ir para o Sítio dos Patos?
Chuvisco - A Melhor Idade volta para onde estava. Juridicamente não poderia estar no Sítio dos Patos. Tinham pessoas no administrativo dele que não sabiam nem o que a lei permite e não permite. Mesmo o imóvel sendo da prefeitura não pode ser utilizado para a 3ª idade porque é um dinheiro utilizado do Fundeb. Lá só pode colocar questão educacional, uma escola, uma creche, um curso profissionalizante (Etec) que deixamos pronto para assinar, ele não tinha assinado.

NQ! – E quanto a GCM pretende levar para a Prefeitura?
Chuvisco - Vamos ver para onde vamos levar a GCM. Delfim, Parque da Varzea (estávamos em processo de limpeza e recuperação para ver se coloca em funcionamento, paralisou). 

A reportagem apurou que a base da Guarda está funcionando há duas semanas no Casarão na rua Eduardo Roberto Daher n 320: o administrativo, operacional, central de emergência, as viaturas e plantões. Emergência: 4668-9393. O telefone 153 não está funcionando ainda.

NQ! – Mães afirmaram que não receberam uniforme escolar e falaram da promessa de Erlon em entregá-los, a prefeitura tem dinheiro para o uniforme?
Chuvisco - Não existe dinheiro para uniforme, nem dotação para isso. Ele é optativo para a prefeitura. Tem que sair dos cofres públicos, não do dinheiro do Fundeb. Acho que é errado. Se fosse do Fundeb tínhamos como dar, mas como é dos cofres públicos não temos condições porque passa de R$ 2 milhões. Se tinha dinheiro para comprar uniforme porque não deu aumento para os funcionários, porque fala que a prefeitura estava quebrada. É uma incoerência. Ficou prometendo o que não é verídico e porque sabia que ia ficar pouco tempo na prefeitura.

Porque ele não fala que nos colocamos 10 carros para transportar crianças com deficiências, que não existia, criamos mais 12 linhas de ônibus para transportar o aluno escolar, que não existia em outras épocas. Estamos em um processo de renovação. Demos os kits escolares, inclusive quando nós saímos já estavam sendo entregues ele não deu sequência.

NQ! – Qual seu recado para a população de Itapecerica?
Chuvisco – Quero dizer que estamos aguardando desfecho para não deixar ilusão nem para o funcionário, nem a população, que fica incerta também, mas pode ter certeza que indiferentemente de qualquer coisa, até os últimos momentos que a gente ficar a nossa intenção é voltar ao ritmo que nós estávamos, retomando todas as obras, fazer o melhor para o povo de Itapecerica e em todos os bairros e setores. É isso que a gente espera.

Acredito muito em Deus, na justiça dos homens e que estamos amparados judicialmente para razão, não na emoção. Que estamos certos, porque eu não sabia e não participei de nenhuma reunião.




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