Conviver com a falta de segurança tem virado rotina entre os
moradores dos mais diversos bairros da cidade de Taboão da Serra. Apesar da
rotina, uma vez que os criminosos agem a qualquer hora do dia, as vítimas
trafegam pelas ruas cada dia mais temerosas e confiam em Deus, a oportunidade
de não serem alvo dos bandidos, pela primeira vez ou pelas incontáveis ocasiões.
De acordo com testemunhas, os criminosos praticam os roubos
com a utilização de armas, facas e nunca agem sozinhos. Os roubos mais comuns
são a transeuntes, onde celulares, bolsas e dinheiro são levados sempre pela
manhã ou no período da noite (volta do
trabalho). As saidinhas de banco também são constantes e roubos a veículos como motocicletas, não acontecem com tanta freqüência, mas também traumatizam as
vítimas.
Os moradores e quem precisa passa pela rua Helena Moraes de
Oliveira, no Parque Pinheiros, são alvo de criminosos constantemente. “Eles
aguardam nas pilastras da passarela, [em frente à escola municipal Professora
Maria Alice Borges Ghion], ou no final do escadão, agem como se não quisessem nada, e roubam tudo que
tiver mais fácil”, contou Edson Martins Pereira, de 46 anos.
No local, não há somente essa escola municipal, mas também a
infantil Pelezinho, além de um ginásio de esportes. Apesar disso o policiamento é escasso, segundo
o comerciante Adalto. “É raro ver polícia aqui. Todo dia chega alguém
correndo. Para as mulheres oriento para não
subirem sozinhas. Uma delas até cortaram a mão com uma faca, porque não quis
entregar a bolsa”, relatou.
O local, apesar de ser movimentado durante o dia, é isolado
a noite. A iluminação não ajuda a garantir a segurança. É possível notar
calçadas tomadas por mato e muito entulho espalhados por elas. Transeuntes
precisam mesmo é andar pela rua, nestes trechos com falta de manutenção
aparente. Ao lado do ginásio, nota-se a quantidade de mato, pichações, em um
local que parece ser continuação do ginásio. Ali também é bem propício o
esconderijo de criminosos. De acordo com os moradores, a prefeitura demoliu a
escada que dá acesso à escola, para evitar os roubos, porém nada teria
adiantado.
O jovem Fabiano Assis, de 23 anos afirmou estar traumatizado
até agora pelo roubo de sua motocicleta na porta da residência, no final do ano
passado. Ele foi abordado por quatro motocicletas, dois criminosos em cada uma
e teve ao menos três armas apontadas em direção a sua cabeça. Levaram sua moto
e, antes obrigaram a ajoelhar no chão. Três dias depois a motocicleta foi
encontrada, mas o trauma permanece. “A gente trabalha para ver os bens indo
embora assim: do nada. É triste. Dá vontade de desistir de tudo, mas temos que
encontrar forças”, disse.
A jovem Michele dos Santos ,
também moradora do Freitas Júnior, foi alvo pelo menos duas vezes de
criminosos, logo após sair do banco. Na última, o criminoso (acompanhado em mais três motocicletas) apontou a
arma para a sua cabeça, obrigou a dar o dinheiro e sob ameaça, roubou bolsa, cellular
e cartões. O dinheiro não foi levado, porque estava com seu namorado, em
um veículo que havia acabado de sair do local. Ela foi seguida do Itaú do
Pirajuçara, até a residência.
Estatísticas
De acordo
com a polícia civil os principais pontos que registram roubos e furtos é no
Pirajuçara e Rodovia Régis Bittencourt (passarelas como do Shopping, por
exemplo). Estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São
Paulo aponta que em 2013: 1.606 furtos foram registrados. Os roubos alcançaram
2.391 casos, já os roubos e furtos de veículos 1.551 ocorrências.
Por mês em média 134 furtos eram registrados, sendo cerca de
4 por dia. Já os roubos contabilizam por mês, uma média de 199 casos, com 7
ocorrências por dia. Os roubos e furtos de veículos, por mês eram 129, em média
4 por dia.
Se comparado ao ano de 2012, somente os furtos e roubos e
furtos de veículos registraram queda, de 143 casos e 13, respectivamente. Já os
roubos aumentaram em 206 ocorrências.
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