21 de novembro de 2013

Bailado faz rateio para manter a escola funcionando em Taboão

Como em um ato de desespero, as alunas e professores da escola de Bailado da cidade de Taboão da Serra clamam para que a unidade continue funcionando. Na última terça-feira (19), a coordenadora do curso, Sônia Almeida, 40 alunas e pelo menos um educador estiveram na Câmara Municipal pedindo mais infra-estrutura para a realização dos trabalhos e ainda, a contratação de professores especializados em balé. De acordo com a denúncia quatro educadores já trabalham sem receber [de forma voluntária]. 

O objetivo da escola é que a prefeitura regularmente a atividade por meio de um projeto de Lei. Devido a falta de infra-estrutura e investimentos, a escola chegou a fechar por quatro vezes consecutivas, uma delas neste ano. A retomada das aulas aconteceu em julho, o que ocasionou a perda de meio ano do curso, atrasando a formação das bailarinas. A aluna Natália Grotte de 16 anos afirmou que “todo começo do ano fecha a escola, abrindo só no meio do ano”. “Quem ia se formar esse ano, só vai conseguir se formar no meio do ano que vem”, completou a também Natália Antunes, 15 anos.

De acordo com a coordenadora e alunas, elas mesmas precisam customizar o figurino há quatro anos. A limpeza da escola também é feita por elas, uma vez que nem ao menos faxineira tem. Falta água, copo, papel higiênico e até mesmo a manutenção do linólio, usado por elas para fazer os exercícios para a dança. Para manter a escola e o salário dos professores elas são obrigadas a fazer “vaquinhas”.

“Uma delas [vaquinhas] acontece dia 7 de dezembro para ajudar a pagar o salário dos professores e a outra 22 do mesmo mês, com intuito de arrecadar fundos para garantir a infra-estrutura da escola e que ela não precise fechar no começo do ano que vem”, explicou a coordenadora Sônia Almeida.

Outra dificuldade encontrada pelas alunas é a verba para as viagens. “Dia 29 íamos para o Rio de Janeiro. Mas, não liberaram o dinheiro para o ônibus e a viagem foi cancelada. Sempre temos dor de cabeça para viajar”, contou Natália e Camila Lavalkievicz de 15 anos.

As alunas Luiza Garcia e Gabriela de Oliveira, ambas de 14 anos contaram a reportagem que o linório está muito antigo e todo quebrado, o que já ocasionou quedas. “Alunas enroscam os pés”, disseram. Segundo elas, falta manutenção ainda do ar condicionado e a reforma do banheiro.

Um dos professores que trabalha de forma voluntária na escola, Alan Camilo, ressaltou que a prefeitura precisa garantir um fundo orçamentário para que a escola possa dar condições de formação aos alunos. “Muitos talentos estão perdidos por aí por falta de estrutura e sem verba para pagar os salários dos professores”, frisou.

Mais de 300 alunas são atendidas de graça na escola que é reconhecida por revelar talentos, trazer mais de 600 prêmios à cidade, entre eles 65 só internacionais e muito orgulho à população Taboanense.


Os vereadores pretendem apresentar uma moção de apoio à escola e ainda, querem que o prefeito Fernando Fernandes elabore projeto que regularmente a escola. O dia em que a moção será apresentada não foi divulgado. Está previsto na Câmara ainda, a votação de emenda ao Plano Pluri Anual que garante a destinação de verba do orçamento para o Fundo de Cultura.

Alunas, coordenadora e professor marcaram presença na Câmara

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